6 de novembro de 2007

Pela garantia de direitos, queremos a manutenção das escolas especiais.


Nós, pais de pessoas portadoras de necessidades especiais, queremos a manutenção das escolas especiais. Que fique uma coisa bem clara: não somos contra a inclusão, sempre estamos reivindicando o lugar de nossos filhos na sociedade. As escolas especiais representam para pais e familiares um espaço de inclusão, de aprendizagem, de acolhimento, de vivência e experiências qualitativas.
As escolas especiais foram criadas pelos avanços da cidadania, pela força dos pais na sustentação e na defesa dos direitos de seus filhos. Pensamos que não manter as escolas especiais é um retrocesso na educação. Só de pensar nisso ficamos mortalmente feridos e indignados na possibilidade de que outras crianças não terão o mesmo atendimento especializado que nossos filhos tiveram.
Essas escolas possuem professores habilitados, um número reduzido de alunos, espaço físico adaptado e um planejamento pedagógico próprio levando em consideração tanto as possibilidades dos nossos filhos com dificuldades, o tempo de aprendizagem, a maneira de cada um aprender. As turmas menores são uma das características das escolas especiais, bem como salas adaptadas para receber cadeirantes, crianças com síndromes e graves problemas emocionais.
Muitas pessoas dizem como aumentou o número de crianças especiais, mas o que aconteceu é que nossa geração teve a coragem de mostrar para a sociedade que essas crianças existem e que têm direitos iguais, mas com necessidades diferentes. Acabar com as escolas especiais resultaria na exclusão dessas crianças que têm maiores dificuldades, colocando-as mais uma vez escondidas dentro de suas casas.
Será que é isso que queremos?
Temos a certeza que não. Vocês podem nos dizer que a lei obriga todas as crianças a freqüentaras escolas regulares; porém, não se esqueçam que no Brasil atual isso é utopia, é uma demagogia, até porque inclusão independe do espaço que se ocupa.
Convidamos a população a conhecer nossos filhos, as nossas escolas. Assim poderão ter uma pequena noção de como eles são e suas reais necessidades.

Porto Alegre, 29 de outubro de 2007.

* Esta carta é baseada no desabafo feito pela Srª Ivanete, que expressa o sentimento de revolta e preocupação dos pais de pessoas portadoras de necessidades educativas especiais de Porto Alegre mediante a determinação do MEC em acabar com as escolas especiais.

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